sábado, 19 de abril de 2014

Fátima e a Maçonaria (ii)

Escrito por Len Port





«Aldo Moro, historiador maçónico bastante rigoroso, sugere a iniciação de Paulo VI na Maçonaria. O mesmo corrobora o padre Malachi Martín no seu romance, Vatican [Editora Secker e Warburg], publicado em Nova Iorque em 1986, em que acusa Paulo VI de pertencer a uma loja secreta. Também encontramos referências semelhantes no livro All'ombra del Papa Inferno [2001], no qual é mencionada a existência de dois grupos muito diferentes no Vaticano: por um lado, o grupo "maçónico-curial", formado pelos prelados e pelos membros da Cúria afectos à Maçonaria e, por outro, os sacerdotes que pertencem ao Opus Dei. Ambos os grupos se movimentam numa luta permanente pelo poder no Vaticano. O referido livro faz referência à existência de uma organização chamada Loggia Ecclesia, que estaria activa no Vaticano desde 1971 e da qual fariam parte mais de cem pessoas, cardeais, prelados e monsenhores da Cúria. O livro pormenoriza inclusivamente que as reuniões se realizavam nas noites de quinta-feira, num sotão do Arquivo Secreto do Vaticano, e insinua que o cardeal Samore era o responsável por manter um contacto aberto com o Grão-Mestre da Grande Loja Unida de Inglaterra, o duque de Kent.

Em 1976 aparece uma lista [publicada pela Publia Gazette e pelo Bulletin de l'Occident Chrétien, de origem francesa, lista que Ricardo de la Cierva reproduz no seu livro La Masoneria Invisible, Editora Fénix, 2002] dos prelados que pertenciam à citada loja secreta do Vaticano. Perante esta situação, o cardeal Siri encarregou o general Mino de investigar a Cúria e a eventual infiltração da Maçonaria no Vaticano. O general Mino nunca chegou a entregar o resultado da sua investigação, porque morreu num estranho acidente rodoviário em 1977.

A citada lista que o grupo Cephas Ministry publica na Internet inclui os seguintes nomes:

BISPOS: Alberto Albondi, bispo de Livorno; Fiorenzo Angelini; Salvatore Baldassarri, bispo de Ravena; Luigi Bettazzi, bispo de Ivera; Gaetano Bonicelli, bispo de Albano; Michele Buro; Mario Ciarrocchi; Donate de Bous; Aldo Del Monte, bispo de Novara; Angelinin Fiorenzo; Antonio Mazza, bispo de Velia; Luigi Maverna, bispo de Chiavari; Marcello Morgante, bispo de Ascoli Oiceno; Francesco Salerno; Mario Schierano, bispo de Acrida e Dino Trabalzini, bispo de Rieti.

ARCEBISPOS: Mario Brini; Annibale Bugnini; Enzio D'Antonio; Alessandro Gottardi; Albino Mensa; Aurelio Sabbatini; Mario Giuseppe Sensi; Antonio Travia e Lino Zanini.

CARDEAIS: Augustin Bea; Sebastiano Baggio; Agostino Casaroli; Achille Liénart; Pasquale Macchi; Salvatore Pappalardo; Michele Pellegrino; Ugo Peletti; Leo Suenens e Jean Villot.

PRELADOS, NÚNCIOS E OUTROS: Ernesto Basadonna, prelado de Milão; Mario Bicarella, prelado de Vicenza; Luigi Dadagio, núncio do Papa em Espanha; Pio Laghi, núncio apostólico delegado na Argentina; Virgillio Levi, de L'Osservatore Romano; Paul Marcinkus; Dante Pasquinelli, conselheiro do núncio de Madrid; Roberto Tucci, director da Rádio Vaticano.

Vaticano


Actualmente alguns já faleceram e outros já não ocupam os cargos que constavam na lista da época. A lista publicada na Internet ascende a cento e dezasseis membros da cúria.

João Paulo I passou pelo Vaticano tão fugazmente como um meteorito. Foi eleito pela sua honestidade e pela sua sinceridade, era um homem coerente e franco, mas os seus detractores viam nele um populista que nunca entenderia os assuntos políticos da Santa Sé.

Era um homem de grande humildade, a tal ponto que não queria que os guardas suiços do Vaticano se ajoelhassem à sua passagem. Assim que tomou posse do trono do Vaticano iniciou algumas inovações teológicas que produziram profunda preocupação entre o clero conservador, que não estava disposto a tolerar mudanças relevantes. João Paulo I era partidário do controlo artificial da natalidade, pois estava consciente dos milhares de crianças que morriam de fome por esse mundo fora. Mas também - e isso originou ainda mais preocupação - se mostrou disposto a efectuar uma limpeza no Vaticano, visando especialmente os movimentos especulativos e financeiros. Provavelmente o seu erro foi antecipar-se aos factos, ao anunciar que algumas cabeças iriam rolar. Na lista figurava o cardeal secretário de Estado J. Villot, de quem se suspeitava pertencer à loja maçónica do Vaticano conhecida por Ecclesia. Outra cabeça que poderia rolar era a do bispo Marcinkus, devido às suas relações com os banqueiros da loja Propaganda Due, Calvi e Sidona. Também figurava entre os "sujos" o bispo Chicago, monsenhor Cody, que esbanjava os fundos da sua igreja com uma amiga que até o acompanhou a Roma, quando foi nomeado cardeal.

Com as suas novas ideias teológicas, e decidido à "limpeza" dos corruptos no Vaticano, João Paulo I assinou a sua sentença de morte.

Por volta de 23 de Setembro, o Papa possuía já bastante informação sobre as manobras financeiras do Vaticano. Inclusivamente, dispunha de referências sobre outra obscura personagem que se movia nas finanças do Vaticano, monsenhor Pavel Hnilica.

Este, fudador do Pro Fratibus, foi o responsável por tentar recuperar a mala que Roberto Calvi levava consigo antes de ser assassinado em Londres. Hnilica estava disposto a pagar milhões por aquela mala, onde supostamente Calvi levava informação valiosa e comprometedora.






O dia 28 de Setembro de 1978 foi o último dia da vida de João Paulo I. Aquele dia, tal como os outros, teve início com uma oração na sua capela privada, um pequeno-almoço frugal, enquanto ouvia as notícias da RAI e procedia ao habitual contacto com os seus secretários, John Magee e Diego Lorenzi. Depois seguiram-se as audiências com o cardeal Bernardin Ganti e o padre Riedmatten. Mais tarde almoçou com os cardeais Jean Villot e os padres Lorenzi e Magee. A seguir ao almoço passeou pelos jardins do Vaticano. Passou a tarde a estudar documentos e teve uma longa conversa com o cardeal Jean Villot, telefonou aos cardeais Giovanni Colombo, arcebispo de Milão e Benelli. Depois, como era seu costume, por volta das oito da noite, retirou-se para rezar o rosário na companhia de duas freiras e dos seus dois secretários. O jantar foi uma sopa de peixe, feijão-verde, queijo fresco e fruta. Seguidamente voltou a ver os noticiários na televisão. E, finalmente, retirou-se para o seu quarto, morrendo cerca das quatro horas da madrugada.

A sua morte foi encoberta desde o início com infindáveis mentiras e explicações confusas. O Vaticano disse que João Paulo I tinha morrido na cama, lendo A Imitação de Cristo, de Tomás de Kempis, uma das obras da literatura cristã mais divulgadas depois da Bíblia, no qual o autor apresenta a vida de Cristo como exemplo. No entanto, mais tarde presumiu-se que aquela versão não seria verdadeira. A madre Vicenza encontrou-o morto no seu escritório, supostamente enquanto examinava um documento secreto enviado pela Secretaria de Estado. E, se era verdade que na sua mesa-de-cabeceira tinha o livro A Imitação de Cristo, o facto é que a causa da morte de João Paulo I não foi esclarecida e o testamento que tinha redigido após a sua nomeação também desaparecera. O seu irmão, Eduardo, de setenta e quatro anos, tinha-o visitado três dias antes da sua morte e explicou: "Nunca nos tínhamos beijado nem abraçado, mas naquela tarde ele quis beijar-me e abraçar-me com força. Perguntei-lhe se estava bem e ele respondeu-me que sim. Mas parti com um estranho pressentimento". Eduardo conta que no decorrer da conversa que teve com o irmão este terá desabafado: "Até os bancos fundados pelos católicos, que deveriam dispor de gente de confiança, se apoiam em pessoas que de católicos nem o nome têm".

O abade Ducaud-Bourget diria acerca da morte de João Paulo I: "Com tantas criaturas do diabo a habitar no Vaticano, torna-se difícil acreditar que se tratou de uma morte natural". David A. Yallop investigou esta morte a fundo e recordou numa entrevista que nenhum médico da Cúria assumiu a responsabilidade de confirmar a sua morte, assinando a certidão de óbito. O seu médico de sempre, o doutor Antonio Da Ros, recusou a hipótese de o Papa sofrer do coração.






Mas estas não foram as únicas contradições suscitadas pela morte de João Paulo I. No seu livro La Santa Allianza, Eric Frattini explica que o termo do café que soror Vicenza levava todas as manhãs ao Pontífice estava intacto quando se descobriu o cadáver, tendo desaparecido depois sem deixar rasto. Também tinham sido substituídos os homens responsáveis pela vigilância habitual do Papa, sem qualquer explicação sobre quem havia dado tal ordem. Hans Roggan, oficial da guarda Suíça, afirmou mais tarde que, no momento em que informou Paul Marcinkus sobre a morte do Pontífice, este não mostrou qualquer admiração. Também ocorreram outros indícios suspeitos, como afirmarem que não tinha havido qualquer autópsia, quando na realidade foram feitas três. Os resultados das referidas autópsias nunca foram tornados públicos.

Relembremos finalmente que foi o padre Giovanni da Nicola quem informou o Sumo Pontífice dos desvios financeiros de Paul Marcinkus e dos seus sócios, através do IOR. Quatro dias depois da morte de João Paulo I, Giovanni da Nicola apareceu enforcado num parque de Roma muito frequentado por travestis e prostitutas. Havia vestígios de luta e tinha o pescoço rasgado, mas a polícia italiana encerrou o caso considerando-o suicídio. O homem que além de Papa mais sabia sobre os segredos do IOR e sobre Paul Marcinckus também tinha sido assassinado.

Para averiguar as causas da morte do Papa João Paulo I foi criada uma comissão de cardeais, dirigida por Silvio Oddi e Antonio Samore. A investigação concluiu que se tratou de "morte natural por enfarte", mas ainda ficavam muitas perguntas sem resposta e demasiados assuntos sem esclarecimento. A pasta da investigação foi classificada como "segredo pontifício", tal como ordenou João Paulo II, e foi arquivada numa obscura estante do Arquivo Secreto do Vaticano».

Jorge Blaschke («O Fim da Igreja e o Último Papa»).


«(...) Tendo enfrentado o tema com tanto atraso, depois de cinco papas seguidos terem de certa forma achado que era demasiado escaldante, o Vaticano deve ter pensado que a transferência de Lúcia para o seu local final de repouso poria fim à discussão do Terceiro Segredo. Não foi o que aconteceu. As teorias da conspiração continuam a lavrar. Uma chuva de artigos sensacionalistas, em orgãos de imprensa, blogues e livros fez como que muitos católicos médios se interrogassem também sobre se não haverá mais no Terceiro Segredo que a Igreja não tenha revelado.

Se mais havia, Lúcia levou o segredo para a tumba. Ou não terá levado?

Muito foi dito com base num artigo de um jornal italiano em que o jornalista Vitttorio Messori afirmava que a cela do convento de Lúcia tinha sido selada imediatamente após a sua morte por ordem do cardeal Ratzinger.







"O que lá estiver guardado passará agora pelo crivo de teólogos de confiança e monsenhores enviados, ao que se pensa, pelo próprio cardeal Ratzinger que, como guardião da ortodoxia, deve manter secretas quaisquer tentações da vidente que sempre aparecem nestes casos", escreveu Vittorio Messori no Corriere della Sera. Estava implícito que Lúcia podia ter deixado escondidos documentos reveladores - talvez diários ou cartas - que podiam embaraçar o Vaticano. Na verdade, diz-se que havia muitos documentos relevantes em português que nunca foram traduzidos nem publicados. O padre Jacinto Farias, dirigente de um painel de investigadores chamado Comissão Científica do Congresso de Fátima, apressou-se a afirmar que os escritos da "Irmã Lúcia não revelariam novos detalhes sobre as aparições de Fátima". Não haverá "grandes novidades" do ponto de vista teológico agora que a última testemunha morreu, disse a agência católica de notícias Zenit, citando-o.

Entre os ultratradicionalistas, persistia entretanto a ideia de que a Virgem Maria tinha previsto uma grave crise na Igreja e uma catástrofe para o mundo. Marian T. Horvat, da organização Tradição Americana em Acção, escreveu: "Podem dizer-nos mil vezes que Fátima acabou, que a consagração foi feita, que a Rússia se converteu, que não há crise na Igreja, que não haverá castigo divino. Um disparate dito várias vezes não é menos disparatado".

(...) A ideia de que elementos-chave do Terceiro Segredo tinham sido ocultados pelo Vaticano encontrou mais tarde grande expressão num livro intitulado O Quarto Segredo de Fátima, do jornalista católico italiano Antonio Socci. No início, o jornalista tinha aceite a explicação oficial do Terceiro Segredo. Depois de cuidadoso exame, no entanto, Socci decidiu que a descrição do Vaticano de um ataque a "um bispo vestido de branco" era autêntica, mas apenas um fragmento de toda a mensagem secreta. O restante tinha revelações horríveis sobre uma crise de fé, traições por parte de uma hierarquia e acontecimentos catastróficos em carteira para a Igreja e o Mundo. Socci baseava esta análise nos livros Atravessar o Limiar da Esperança, de João Paulo II, e O Relatório Ratzinger, além de homilias, discursos e outros documentos públicos da autoria dos dois pontífices.

Concluía que a versão censurada do Terceiro Segredo resultava de um compromisso entre João Paulo II e o Cardeal Ratzinger, que queriam revelar o segredo no seu todo, e o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Sodano, que se opunha à ideia.

No seu livro O Segredo ainda Guardado, Christopher Ferrara sustentava que existem duas partes do Terceiro Segredo, ambas manuscritas por Lúcia e colocadas em envelopes separados que, por ordem expressa da Virgem, não deviam ser abertos antes de 1960. Só uma parte do segredo foi publicada. A outra foi escandalosamente abafada. Contém a explicação da Virgem Maria da razão porque o Papa na visão é executado por soldados fora de uma cidade cheia de cadáveres.

Ferrara atribui a culpa da "burla" do Vaticano ao número dois do Papa, o cardeal Tarcisio Bertone. De acordo com o padre Nicholas Gruner: "As próprias declarações do Cardeal, incluindo um seu livro e emissões radiofónicas e televisivas em 2007, demonstram para além de quaisquer dúvidas que um texto do Segredo foi suprimido, evidentemente com base numa reserva mental injustificada de que o texto não é 'autêntico'".






Ao mesmo tempo que centenas de milhares de peregrinos se reuniam no santuário de Fátima a 13 de Maio de 2007 para comemorar o 90.º aniversário das aparições, o cardeal Bertone dizia aos repórteres em Roma que as alegações de que o Terceiro Segredo predizia acontecimentos catastróficos para o Mundo ou o colapso da Igreja Cristã são "pura fantasia".

No seu livro O Último Segredo, Bertone escreve: "Foi tudo publicado e interpretado correctamente". Não há nenhum quarto segredo, declarou, apenas "teses absurdas".

João Paulo II decidiu publicar o segredo para pôr fim à especulação desenfreada, mas os "fatimistas" mais inveterados como os que seguem o padre Nicholas Gruner e o seu A Cruzada de Fátima, continuam desapontados. Bertone reiterou que Lúcia tinha confirmado a versão oficial do conteúdo de Fátima. As reclamações tinham-na irritado, acrescentou.

Num prefácio ao livro de Bertone, o Papa Bento XVI escreveu que a publicação do Terceiro Segredo "foi um tempo de luz, não só porque a mensagem pôde ser conhecida por toda a gente, mas também porque revelava a verdade no meio de uma rede confusa de especulação e interpretações apocalípticas a circular na Igreja, que perturbava os fiéis em vez de lhes pedir orações e arrependimento".

Embora esta clara negação de qualquer acto menos próprio parecesse sincera e genuína aos olhos do católico médio, não satisfez os obsessivos "fatimistas". Para eles, Bento XVI não se limitava a "perturbar os fiéis". É o anticristo de serviço ao colapso programado da sua Igreja».

Len Port («O Fenómeno de Fátima»).


«(...) O Príncipe Bernardo dos Países Baixos aprovou a crença de que as crises enconómicas graves, como a Grande Depressão, se podem evitar se houver líderes responsáveis e influentes a gerir os acontecimentos mundiais por detrás da sua postura pública necessária. Por esta razão, pediram-lhe que organizasse a primeira reunião de representantes "homólogos" de todas as facetas dos domínios económico, político, industrial e militar em 1954. Reuniram-se no Hotel Bilderberg em Oosterbeek, na Holanda, de 29 a 31 de Maio. No final da Reunião, os participantes acordaram formar uma associação secreta.

A maioria dos relatórios alega que os membros originais chamaram à sua aliança Club Bilderberg por causa do hotel onde firmaram o seu pacto. O autor Gyeorgos C. Hatonn, porém, descobriu que o Príncipe Bernardo, nascido na Alemanha, foi oficial no Corpo de Cavaleiros das SS, em princípios dos anos 30, e que fazia parte da direcção de uma subsidiária da I.G., Farben Bilder. No seu livro, Rape of the Constitution; Death of Freedom, Hatonn defende que o Príncipe Bernardo se inspirou na sua história nazi de gestão empresarial para encorajar "o super-secreto grupo de legisladores" a dar pelo nome de Bilderberg, por causa de Farben Bilder; em memória da iniciativa dos executivos da Farben de organizar o "Círculo de Amigos" de Heinrich Himmler - líderes na produção de riqueza que recompensaram amplamente Himmler pela sua protecção ao abrigo de programas nacionais-socialistas, desde os primeiros tempos da popularidade de Hitler até à derrota da Alemanha nazi. A família real holandesa enterrou discretamente esta parte do passado do príncipe Bernardo quando, depois de guerra, este ascendeu a um alto cargo na Royal Dutch Shell, um conglomerado holandês e britânico. Hoje em dia, esta rica empresa petrolífera europeia faz parte do círculo mais íntimo da elite Bilderberg.






Na primeira reunião dos Bilderberg, os fundadores estabeleceram a sua missão e objectivos. Segundo um observador, continuaram na mesma linha: "A intenção subjacente a toda e qualquer reunião Bilderberg era criar uma "Aristocracia de finalidades" entre a Europa e os Estados Unidos, e chegar a acordo sobre questões políticas, económicas e estratégicas ao governar o mundo em conjunção. A aliança da NATO foi a base de operação e subversão crucial porque lhes dava um substracto para os seus planos de "guerra perpétua", ou pelo menos para a sua "política de 'chantagem nuclear'".

Irei ilustrar isto amplamente, à medida que formos retirando as camadas de sigilo e expondo as verdadeiras intenções dos Bilderberg que, a propósito, eram demasiado claras para o então Presidente francês, o General Charles de Gaulle.

Na sua newsletter de Outubro de 1967, Les Documents, Politiques, Diplomatiques et Financiers, o investigador político Roger Mennevee analisou a relaçaõ dos Bilderberg com De Gaulle. Começou o seu relatório com uma observação espantosa em como "todas as personalidades francesas que se associaram ao Club Bilderberg como, por exemplo, Georges Pompidou, Antoine Pinay e Guy Mollet, também eram os opositores mais denodados à política nuclear de Charles de Gaulle", conhecida como force de frappe. Pompidou era Primeiro-Ministro. Pinay e Mollet, ministros do governo francês.

Porquê esta aliança? Porque um dos principais objectivos do Clube era submeter a soberania das nações livres da Europa a um Governo Único Mundial britânico e americano, controlado pelos Bilderberg, mediante ameaça nuclear como aríete contra o resto do mundo pertinaz. Ora, para controlar a Europa, era vital eliminar o dissuasor nuclear francês, mesmo que esse dissuasor fosse vital para conter a ameaça nuclear soviética. Jean Lacouture, biógrafo do General de Gaulle, disse, "De Gaulle teve de marcar uma posição de força indisputável na Europa contra a orientação britânica de livre mercado para uma Nova Ordem Imperial Mundial. Por isso é que a França teve de ser um dos três pilares do mundo livre, ao contrário de uma das colunas do Templo Europeu".

Se analisarmos os pontos da ordem de trabalhos das reuniões Bilderberg desde 1954, o que mais se destaca é a tentativa de gerir e controlar diferenças de ideologia entre as aristocracias americanas e europeias, no que toca ao modo como estes dois grupos devem saquear o planeta. Por exemplo, na página sete do Relatório Geral da reunião Bilderberg de 1995, temos a "remoção de incompreensões e possíveis suspeitas entre os países da Europa Ocidental e os EUA perante perigos, que assolam o mundo".

Desde 1954, os Bilderberg têm representado a elite e a riqueza absoluta de todas as nações ocidentais - banqueiros, industriais, políticos, líderes empresariais de multinacionais, presidentes, primeiros-ministros, ministros das finanças, secretários de estado, representantes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, presidentes de conglomerados de comunicação social mundial, e líderes militares.







Em Setembro de 2005, num gesto que visava contrariar acusações de conspiração por parte do Clube Bilderberg, e que abriria um precedente, o presidente do Clube, Visconde Étienne Davignon, de setenta e três anos, deu uma entrevista a Bill Hayton da BBC. Apresentou uma finalidade mais benigna para as reuniões privadas do grupo: "Parece-me simplesmente que são pessoas influentes interessadas em falar com outras pessoas influentes, num fórum que lhes permita falar livremente e examinar as suas diferenças de opinião sem críticas e debates públicos sobre as suas opiniões". Davignon negou que os Bilderberg quisessem estabelecer uma classe dirigente global, "porque não me parece que exista tal coisa, uma classe dirigente global". Em contrapartida, alegou que, "Os negócios influenciam a sociedade, e a política influencia a sociedade - trata-se de bom senso. Não é que os negócios contestem o direito de líderes democraticamente eleitos de liderar".

Têm-se travado guerras pela expansão do território, mas nesta nova era da globalização, em que os negócios e a política dependem um do outro para sobreviver, domina o controlo económico. Independentemente das alegações do presidente Bilderberg, não há dúvida de que o Clube exerce controlo económico sobre o comércio mundial. O facto é que o público não tem conhecimento das suas reuniões anuais. Encontram-se em segredo para debater estratégias globais e chegar a consenso sobre um vasto leque de assuntos. Tal sigilo é suspeito, e o meu objectivo é desvendar o segredo dos Bilderberg e demonstrar como este clube privado de líderes mundiais e agências interligadas continua a tentar subjugar todas as nações livres ao seu jugo mediante leis internacionais que manipulam e ordenam às Nações Unidas que administrem.

Os Bilderberg "mandam" nos bancos centrais e estão, por conseguinte, em posição de determinar taxas de desconto, níveis de disponibilidade de dinheiro, taxas de juro, o preço do ouro, bem como quais os países que recebem empréstimos. Ao manipularem o dinheiro acima e abaixo na cadeia empresarial, os Bilderberg criam milhões de dólares para si próprios. A ideologia de dinheiro e desejo de poder impele-os.

Todos os presidentes americanos desde Eisenhower pertencem ao Clube Bilderberg, embora nem todos tenham estado pessoalmente nas reuniões, mas todos mandaram representantes. Outro membro é o agora ex-Primeiro-Ministro Tony Blair, bem como a maioria dos principais membros do governo britânico. Até o anterior e prestigiado Primeiro-Ministro canadiano, Pierre Trudeau, foi membro. Dentre os anteriores convidados do Clube Bilderberg encontram-se Alan Greenspan, antigo presidente da Reserva Federal; Hilary e Bill Clinton; John Kerry; Melinda e Bill Gates; e Richard Perle.



Tony Blair



Outros membros são aqueles que controlam o que vemos e lemos - barões da comunicação social como David Rockefeller, Conrad Black (o agora caído em desgraça ex-proprietário de mais de 440 publicações periódicas em todo o mundo, do Jerusalém Post ao mais recente diário canadiano, The National Post), Edgar Bronfman, Rupert Murdoch e Sumner Redstone, CEO da Viacom, conglomerado de comunicação social internacional que toca praticamente em todos os principais segmentos da indústria. Protegeram o segredo desta sociedade secreta, e pode ser por isso que o nome "Bilderberg" é novo para o leitor.

Para onde quer que se olhe - governo, grandes empresas e qualquer outra instituição em busca do poder -, a chave do controlo é o segredo. Reuniões como, por exemplo, da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), G8, Organização Mundial de Comércio, Fórum Económico Mundial, Bancos Centrais, Conselho de Ministros da União Europeia e Comissão Europeia, cimeiras da UE, gabinetes de governo, inúmeros grupos de reflexão, etc., são sempre conduzidas à porta fechada. A única razão possível para isso é que "eles" não querem que nós saibamos de que falam. A desculpa esfarrapada para encobrir as coisas - "não é do interesse público" - significa na verdade que não é do interesse das instituições no poder que o público saiba o que debatem e decidem.

Além desta relutância em revelar os trâmites das reuniões, o princípio do segredo estende-se aos fóruns e às reuniões propriamente ditas; ou seja, e regra geral, nem sequer sabemos que as ditas reuniões se realizam, quanto mais o que se planeia e discute nelas. "Há o Fórum Económico Mundial em Davos em Janeiro/Fevereiro, as reuniões Bilderberg e G8 em Abril/Maio, e a conferência anual do Fundo Monetário Internacional/Banco Mundial em Setembro. Surge uma espécie de consenso internacional que passa de uma reunião a outra, mas não há ninguém a conduzi-lo. Este consenso torna-se no pano de fundo para os comunicados económicos do G8; passa a ser o que condiciona o Fundo Monetário Internacional quando este impõe um programa de ajuste à Argentina, e redunda naquilo que o Presidente americano propõe ao Congresso".

Segundo o projecto de documento Bilderberg de 1989, a primeira reunião "nasceu da preocupação, expressa por muitos cidadãos de topo em ambos os lados do Atlântico, de que a Europa Ocidental e a América do Norte não trabalhavam tão estreitamente quanto deveriam, em matérias de importância vital. Sentia-se que a existência de debates regulares e oficiosos ajudaria a criar um entendimento melhor das forças complexas e principais tendências que afectam as nações ocidentais no difícil período do pós-guerra".

Lord Rothschild e Laurence Rockefeller, membros fulcrais de duas das mais poderosas famílias do mundo, escolheram a dedo 100 pessoas da elite mundial para o objectivo secreto de regionalizar a Europa, segundo Giovanni Agnelli, falecido presidente da Fiat, que também disse, "A integração europeia é a nossa meta, e onde os políticos falharam, nós industriais contamos triunfar".

"Aqui não se faz política; são tudo conversas, algumas banais e vulgares", disse Will Hutton, editor londrino do Observer, que participou na reunião Bilderberg de 1997. "Mas o consenso alcançado é o cenário em que se faz política no mundo inteiro".







Segundo o fundador, Príncipe Bernardo da Holanda, citado na biografia autorizada de Alden Hatch, cada participante Bilderberg é "magicamente despojado do seu cargo" quando entra na reunião, e torna-se "um simples cidadão do seu país durante toda a conferência". O Príncipe Bernardo, que faleceu em 2004, era pai da Rainha Beatriz da Holanda e amigo íntimo e colega do Príncipe Filipe da Grã-Bretanha. "Quando estes representantes do establishment ocidental saem de uma reunião Bilderberg", disse ele, "levam o consenso do clube com eles. Os energéticos debates Bilderberg destinam-se a edificar a união por resolução das diferenças, e como tal certamente que têm influência nos participantes".

Deveras, desde o momento em que a Conferência Bilderberg é encerrada, o que parece acontecer - "quase por acaso" - é que o consenso a que se chegou em diversas áreas de discussão na reunião anual Bilderberg é denodadamente fomentado por esses interesses políticos e comerciais todo-poderosos, pela imprensa instituída, enquanto se tornam política comum para as forças internacionais governantes de sensibilidades aparentemente diferentes».

Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).


«Actualmente o nexo financeiro global é organizado pelos bancos centrais em quase todos os países. Estes parecem estar a trabalhar independentemente, mas estão, na realidade, a trabalhar em conjunto, para o mesmo fim. O Banco de Inglaterra, controlado pelos Rothschild, estabelecido por Guilherme de Orange, da Nobreza Negra, em 1694, tem sido o principal manipulador nesta rede, e agora a privatizada Reserva Federal dos Estados Unidos, controlada pelos Rothschild, é um peão muito importante neste jogo. Ironicamente, a Reserva Federal não é federal nem tem reserva.

(...) A nota da Reserva Federal, conhecida como Ladrich Bill, foi emitida em 1913 e a dívida americana subiu desde então, tal como o programado. O Sistema da Reserva Mundial é um cartel de bancos privados, dos quais o Banco de Nova Iorque é o mais poderoso. O governo americano não é o dono da Fed, como se faz crer. Como expliquei, é dito ao presidente quem ele deve escolher como líder da Reserva Federal, como Paul Volcker (Comissão Trilateral, CFR e Grupo Bilderberg) e Alan Greenspan (Comissão Trilateral, CFR e Grupo Bilderberg). O Governo americano pede dinheiro emprestado, ou melhor, crédito à Fed, e os que pagam impostos pagam os juros o que aumenta os lucros dos bancos privados que constituem o Sistema da Reserva Federal. Se olharmos para uma nota americana, vemos que diz "Nota da Reserva Federal". Esta nota é considerada legal face às dívidas públicas e privadas. A Reserva Federal é um cartel de bancos privados, mas, no entanto, a moeda americana chama-se nota da Reserva Federal. A cabala dos Rothschild é dona do dólar, assim como da prata e de tudo o resto. De facto, esta moeda nada vale, não tem qualquer fundamento e nada mais significa do que o IOU ["I Owe You"].








(...) Em 1984, o desertor soviético da KGB, Anatoly Golitsyn, avisou que haveria uma falsa "libertação" da União Soviética e da Europa de Leste. Isso seria bem-vindo pelo Ocidente, disse ele, e levaria à fusão da Comunidade Europeia com os países da antiga URSS. Saiu exactamente como planeado. Numa visita ao Parlamento Europeu, em 2006, outro antigo dissidente soviético, Vladimir Bokovsky, referiu-se ao Politburo secreto e aos documentos do Comité Central sobre a União Europeia, que ele teve a oportunidade de ler em 1992. Ele disse que confirmavam a "conspiração" para transformar a Europa num Estado Totalitário. Ele chamou à UE um monstro e confirmou o que Anatoly Golitsyn tinha dito. Os documentos revelam que uma delegação da Comissão Trilateral se encontrou com o então Presidente Soviético, Mikkal Gorbachev, em Janeiro de 1989. A comissão era encabeçada por David Rockefeller (Grupo Bilderberg), Henry Kissinger (Grupo Bilderberg) e incluía também o antigo Presidente da França, Valéry Giscard d'Estaing (Grupo Bilderberg). Eles falavam da necessidade de Gorbachev integrar a União Soviética no acordo GATT de "livre comércio", no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial, quando Giscard d'Estaing interviu. Ele disse:

"Sr. Presidente, não lhe posso precisar quando acontecerá - provavelmente dentro de quinze anos - mas a Europa será um Estado Federal e terá que se preparar para isso. Tem de trabalhar connosco e com os líderes Europeus, como reagirá a isso, como permitirá que outros países da Europa de Leste interajam com a Europa, ou como se tornará parte dela, terá que se preparar".

Ele falava três anos antes do Tratado de Maastricht ter transformado a Comunidade Europeia em União Europeia e adivinhe quem escreveu as linhas orientadoras da Constituição Europeia... Giscard d'Estaing. Se não fossem os votos negativos na França e na Holanda, essa Constituição teria tornado a Europa num Estado Federal, dezassete anos depois de ele ter previsto quinze para Gorbachev. E não existe conspiração? Anatoly Golitsyn diz que o Parlamento Europeu, que só tem força no nome, lhe fazia lembrar o Supremo Soviético, concebido para parecer "Supremo", quando o verdadeiro poder estava nas mãos dos burocratas do Politburo, que é exactamente o que Golitsyn diz da UE: "quando se olha para o tipo de corrupção da UE, é exactamente como a corrupção Soviética, de cima para baixo, em vez de baixo para cima". Ele disse:

"Se olharmos para as estruturas e características deste monstro Europeu emergente, veremos que cada vez mais se parece com a União Soviética... Não tem KGB, pelo menos por enquanto - mas é preciso estarmos atentos a estruturas como a Europol, por exemplo. Isso preocupa-me bastante, porque esta organização provavelmente terá poderes maiores que os da KGB. Terão imunidade diplomática. Conseguem imaginar uma KGB com imunidade diplomática? Eles terão de nos policiar em trinta e dois tipos de crimes - dois dos quais são particularmente preocupantes; um chama-se racismo e o outro xenofobia... É um novo crime e já fomos avisados. Alguém do Governo Britânico já disse que aqueles que se opuserem à imigração sem controlo dos países do Terceiro Mundo, serão considerados racistas e aqueles que se opuserem à continuação da integração na União Europeia serão considerados xenófobos..."».

David Icke («Guia da Conspiração Global e como acabar com ela»).







«(...) Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz...».

Nossa Senhora de Fátima («Segunda parte do Segredo»).





Fátima e a Maçonaria (ii)


Leão XIII via a Maçonaria como um movimento subversivo de sociedades secretas no seio do «Reino de Satanás». Disse abundantes vezes que os católicos não podiam se maçons. «Como os nossos antecessores muitas vezes repetiram, que nenhum homem pense que pode por que razão for aderir à seita maçónica se os valores do seu nome católico e a sua salvação têm para ele algum valor», escreveu em Humanum Genus.

Se alguém tinha ainda dúvidas quanto à atitude oficial da Igreja, o pio-beneditino Código de Lei Canónica de 1917 dissipava-as de novo. O Código reiterava a posição original de 1738. Qualquer católico que se juntasse à Maçonaria, ou a outra organização semelhante que conspirasse contra a Igreja ou as autoridades civis legítimas, enfrentava a excomunhão imediata. O impasse manteve-se intacto até à chegada do Concílio Vaticano II, no início dos anos 60. Ambas as partes reconheceram então a possibilidade de suavizar as suas relações. Este facto acompanhava a nova política da Igreja de procurar a reconciliação com outros cristãos e outras fés. Não aconteceu depressa, claro está. A brecha a ser explorada era a crescente aceitação do facto de que muitas lojas maçónicas não conspiravam contra a Igreja Católica ou o Estado. A porta entreabria-se e foi escancarada com o aparecimento de uma carta da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, em 1974. A missiva indicava que os católicos só seriam automaticamente excomungados se aderissem a lojas em áreas onde a política e a actividade da Maçonaria fosse reconhecidamente hostil à Igreja ou ao Estado. Alguns católicos tomaram isto como uma luz verde incondicional e avançaram para se tornarem maçons.

Papa João Paulo II recebe, a 22 de Março de 1984, uma delegação da maçonaria hebraica do B'nai B'rith.


De uma forma geral, os maçons estavam satisfeitos com o que parecia ser um pedido de tréguas. Então, subitamente, em 1981, as coisas voltaram à estaca zero. Com João Paulo II ao leme, em vez de Paulo VI, o gabinete de imprensa do Vaticano emitiu um comunicado lembrando aos católicos de que estavam proibidos, sob pena de excomunhão, de aderirem à Maçonaria ou outras sociedades secretas do género. A declaração de 1981 não teve grande publicidade e por isso a posição mais tolerante de 1974 persistiu. Para tornar as coisas ainda mais confusas, o Código Canónico de 1983, publicado por João Paulo II não mencionava a Maçonaria como uma sociedade secreta proibida. Uma declaração de esclarecimento subsequente indicava que a Igreja ainda se opunha à adesão, embora a pena tivesse sido reduzida, baixando da excomunhão automática. «O fiel que adira a organizações maçónicas encontra-se em estado de grave pecado e não pode receber a Sagrada Comunhão», declarava.

As mudanças de direcção erráticas do Vaticano sobre a Maçonaria, verificadas entre 1974 e 1983, podem ser explicadas por acontecimentos alarmantes bem perto de casa. Durante o seu breve papado, em 1978, o Papa João Paulo I recebeu uma lista de cento e vinte e um nomes, alguns deles de laicos, mas a maioria de padres, bispos e até cardeais.

Todos os elementos da lista eram membros da Maçonaria, ou pelo menos assim se dizia. Para João Paulo I era completamente inadmissível que um padre fosse maçon. E apesar disso aqui estava uma prova de que estava pessoalmente rodeado em Roma por membros da irmandade. A lista tinha à cabeça o seu próprio secretário de Estado, o cardeal Jean Villot, nome de loja Jeanni, número da loja 041/3, que se inscreveu na Loja de Zurique a 6 de Agosto de 1966.

Bem alto nesta lista estava o ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo secretário de Estado Agostino Casaroli, o Cardeal Vigário de Roma, Ugo Poletti, o Prefeito da Sagrada Congregação dos Bispos e antigo secretário de Estado Cardeal Sebastiano Baggio e o presidente do Banco do Vaticano Arcebispo Paul Marcinkus.







Um dos colaboradores mais íntimos do Papa referidos na lista era o padre Pasquale Macchi. Tinha sido iniciado no rito maçon em 1958. Quando o Arcebispo de Milão, Giovanni Battista Montini, foi eleito como Papa Paulo VI em 1963, Macchi entrou para a corte mais próxima do Papa, parte da qual a Cúria em Roma chamava «a Máfia milanesa». Enquanto secretário pessoal de Paulo VI, o círculo de amigos próximos de Macchi incluía gente como Michele Sindona, o banqueiro italiano acusado de fraudes e ligações directas à verdadeira Máfia.

Outra figura próxima era Paul Marcinkus, que, enquanto presidente do Banco do Vaticano esteve profundamente envolvido em escândalos financeiros e disse um dia: «Não se pode governar a Igreja com Avé Marias». Diz-se que Macchi foi excomungado por heresia no tempo de Paulo VI mas foi readmitido pelo cardeal Jean Villot, seu companheiro na Maçonaria. Era secretário pessoal de João Paulo VI e fazia parte da lista de cento e vinte e um nomes que foi mostrada ao novo Papa uns quinzes dias depois de ser eleito.

A lista terá sido dada a João Paulo por Carmine «Mino» Peccorelli, um advogado italiano que enveredou pelo jornalismo com muitas fontes no seio do governo e das forças de segurança. Havia algumas dúvidas sobre a sua total correcção, mas aparentemente causou em João Paulo o efeito pretendido. Ficou chocado, mais a mais quando lhe disseram que uma lista semelhante tinha corrido no Vaticano mais de dois anos antes. A colecção heterogénea de católicos dados como maçons incluía gente tão notável como o Secretário de Estado de João XXIII e Paulo VI, o cardeal Augustin Bea; o Prelado de Milão, Ernesto Basadonna; um membro da Comissão Pontifícia para a Rússia, o arcebispo Mario Brini; o professor de Teologia Moral na Universidade de Florença, Enrico Chiavacc; o director adjunto do jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, monsenhor Virgilio Levi (Levine); o Bispo de Lille e antigo líder das forças progressistas no Concílio Vaticano II, Achille Liénart; e Roberto Tucci, director-geral da Rádio Vaticano.

Papa João Paulo I


Se para um laico já era mau ser da Maçonaria, para um prelado do Vaticano, era simplesmente abominável. João Paulo I planeou uma purga da Maçonaria mas não teve tempo de a pôr em prática. Morreu quinze dias depois. Oficialmente, morreu de ataque cardíaco. Provas circunstanciais sugerem que foi assassinado com veneno, vítima da loja maçónica ilegal Propaganda Due, mais conhecida por P2. Pecorelli, um membro dissidente da P2, continuou a divulgar informação sensível sobre figuras proeminentes da Itália. No ano seguinte à morte de João Paulo I, Pecorelli foi encontrado morto dentro do seu carro, em Roma. Levou dois tiros na boca.

Embora fosse uma loja há muito estabelecida no Grande Oriente d'Italia, a P2 abandonou no fim dos anos 50, ou no início dos anos 60, os princípios da Maçonaria e tornou-se uma loja fora-da-lei ultra-secreta, com grandes ambições. Sob o comando do financeiro italiano neo-fascista Licio Gelli, a lista de membros da P2 acabou por incluir gente grada da estrutura de poder italiana, políticos, chefes militares, agentes do serviço de informações, banqueiros, industriais e patrões dos media. Gelli aliciou altos funcionários do Vaticano e recebeu-os na loja ao dar a P2 como garante contra o domínio comunista e, portanto, em prol da sobrevivência do Vaticano. A intenção de Gelli, para lá de um enorme interesse próprio, era criar um estado secreto dentro do Estado que mantivesse o controlo da extrema-direita em Itália.

O Grande Oriente d'Italia expulsou a P2 em 1976, mas Gelli continuou a dirigir a loja clandestina e ilegal até ao espectacular colapso do Banco Ambrosiano em 1981. Este banco, fundado em Milão, recebeu o nome de Sto. Ambrósio. Veio a descobrir-se que os seus negócios não tinham nada de católicos. Quando não foi capaz de dar contas de uma verba superior a mil milhões de dólares, o presidente do banco, Roberto Calvi, fugiu de Itália com um passaporte falso e foi mais tarde encontrado enforcado na ponte Blackfriars em Londres. O escândalo em torno da falência do banco fez com que a polícia fizesse uma rusga à casa de Gelli, onde apreendeu uma lista da P2, com novecentos e sessenta e dois nomes. Calvi fora um membro destacado da P2. A polícia também descobriu um «plano para o renascimento democrático». Continha uma estratégia pormenorizada para instalar um governo autoritário em Itália. Não era uma teoria da conspiração maçónica. Era mesmo real. Como Presidente do Banco do Vaticano, o bispo Paul Marcinkus viu-se envolvido no escândalo do Ambrosiano. O Banco do Vaticano detinha a maioria das acções do Banco agora falido e Marcinkus tinha sido director do Ambrosiano Ultramarino, sediado em Nassau nas Bahamas. Entre outros negócios nefandos, o Banco do Vaticano dirigido por Marcinkus é acusado de ter, em conluio com a CIA norte-americana, canalizado secretamente fundos para o Solidariedade na Polónia e para os rebeldes Contras da Nicarágua.

Roberto Calvi


Marcinkus trabalhou de perto com Calvi nas complexas operações de offshore. Ambos foram acusados de serem cúmplices na morte de João Paulo I.

Embora o alegado grau de infiltração da Maçonaria na Igreja tenha aparentemente chocado João Paulo I em 1978, num estádio anterior deve ter surpreendido o bispo Marcel-François Lefebvre. O fundador da Sociedade de S. Pio X, a maior organização católica tradicionalista provém da direita política e religiosa francesa. Quando abraçou o sacerdócio em 1929, Lefebvre não fazia ideia de que o bispo (mais tarde cardeal) que o ordenava, Achille Liénard era supostamente maçon. Liénard viria a ser uma das principais vozes liberais no Concílio do Vaticano II e um dos prelados que elegeu o Papa Paulo VI. Só depois da sua morte é que se soube que tinha atingido postos elevados na hierarquia maçónica.

Um dos conselheiros de maior confiança de João Paulo I, o cardeal Pericle Filici afirmou que Lefebvre pode ter encorajado a divulgação das listas de maçons católicos, que incluíam o nome de Liénart. Liénart continuou como bispo de Lille até se retirar em 1968. Entretanto, Lefebvre, que esteve profundamente envolvido nos trabalhos preparatórios do Vaticano II, desiludiu-se com a direcção que o Concílio estava a tomar. Acabou como um inimigo implacável da reunião, convencido de que os dignitários de topo da Igreja e os chefes maçónicos tinham chegado a um acordo secreto antes do Vaticano II. Levou as suas críticas tão longe que, aos oitenta e dois anos, foi excomungado por João Paulo II.

O caso contra Liénart nunca foi provado e outras teorias relacionando dirigentes católicos com sociedades secretas são igualmente questionáveis. Um antigo dirigente do Grande Oriente d'Italia afirmava que o futuro Papa João Paulo XXIII tinha sido iniciado numa loja maçónica rosa-cruz quando exercia em Paris as funções de encarregado de negócios do Vaticano, em 1935. Muito foi escrito também sobre fotografias que mostram apertos de mão entre Papas e dignitários, nas quais o polegar surge a pressionar o segundo nó do dedo. Antigos membros da Opus Dei em ruptura com a organização compararam-na à Maçonaria nas suas ambições secretas e afirmaram que a Opus Dei quer, ela mesma, tomar o poder na Igreja.






Abundam as especulações em torno de supostas encarnações modernas dos Illuminati, um grupo fundado na Baviera por um maçon desiludido, de educação jesuíta, Adam Weishaupt. Baseado nos princípios do iluminismo de ateísmo, racionalismo, materialismo e igualitarismo, os Illuminati originais destacaram-se da Maçonaria e cresceram depressa. Goethe e Mozart são dados como membros. A nova ordem mundial concebida por Weishaupt era uma em que, como ele explicava, «os príncipes e os povos desaparecerão sem violência da face da terra, a raça humana tornar-se-á uma família e o mundo, a moradia dos homens sensatos. Só a moralidade produzirá imperceptivelmente esta mudança». Outros autores leram mais nas intenções dos Illuminati e defendem que, entre outros episódios, a organização esteve por detrás da Revolução Francesa, do bolchevismo, do sionismo e, mais recentemente, do grupo de Bilderberg.

Uma teoria é a de que os Illuminati de Weishaupt mergulharam na clandestinidade e reencarnaram sob a capa da família de banqueiros Rothschild, que usou a organização para controlar a política externa dos Estados Unidos. Rothschild, Rockefeller e Kissinger estão entre os nomes dados como peças chave na conspiração dos Bilderbergers. Além do pequeno núcleo de organizadores, cerca de cento e trinta delegados são convidados paras as conferências anuais do grupo Bilderberg, cujos trabalhos são altamente confidenciais. As reuniões realizam-se em diversos locais rodeadas da maior segurança, o que não surpreende se tivermos em conta o calibre dos delegados. Além da realeza, chefes de Estado, políticos proeminentes, financeiros e homens de negócios, alguns altos representantes da imprensa e dos media são convidados na condição de não divulgarem nada do que lá se passa. Os teóricos da conspiração da Nova Ordem Mundial vêem tudo isto como profundamente sinistro e concluem que os Bilderbergers já puxam os cordelinhos da governação mundial.






No outro extremo do espectro, há ramos dos Illuminati que têm sido ligados aos anarquistas. Leon Czolgosz, o homem que matou o Presidente norte-americano William McKinley em 1901, foi classificado de anarquista. Na sequência da morte de MacKinley, o Papa Leão XIII afirmou que anarquismo, comunismo e Maçonaria eram uma e a mesma coisa. De facto, não há provas de que Czolgosz tenha alguma vez sido admitido por um grupo anarquista ou loja maçónica. Também não era comunista. Até tinha votado sempre no partido de McKinley, os republicanos. No julgamento de Czolgosz, que demorou apenas oito horas e meia, desde a escolha do júri até à leitura da sentença, não foi admitida uma alegação de insanidade mental. Numa revisão do caso, feita vinte anos depois, o Departamento de Higiene Mental de Massachusetts concluía que Czolgosz sofria de doença mental.

Talvez a maioria de nós sofra de doença mental. Talvez sejamos peões que sofreram uma lavagem de cérebro e sejamos controlados por uma irmandade dominada por uma elite moderna de Illuminati que ergue e opera aquilo a que o escritor britânico David Icke chama uma «pirâmide de manipulação». No topo dela estão humanóides reptilíneos da constelação Draco. Icke aponta como membros da clique governamental reptiliana a falecida rainha-mãe britânica, George W. Bush, Hillary Clinton, Tony Blair e todos os outros suspeitos do costume, juntamente com pessoas menos evidentes como Kris Kristofferson e Boxcar Willie. Ele diz que o mestre supremo é uma «consciência luciférica». Alguns críticos não só ridicularizaram esta teoria como sugeriram que, se alguém tem uma doença mental, é o próprio David Icke.



Cenários de uma Nova Ordem Mundial têm sido projectados por grupos e indivíduos que vão dos idealistas sonhadores aos alarmistas paranóicos. Mais ou menos a meio ficam as pessoas que se consideram pragmáticas. Os governos das principais nações do planeta estão mais preocupados com questões como as mudanças climáticas, a proliferação do nuclear, o aumento do terrorismo e da pobreza, do que com disputas religiosas intestinas. Os problemas globais só podem ser resolvidos com soluções globais, afirmam. Os teóricos da conspiração, porém, viram esta noção do avesso. Insistem em que os cépticos foram programados psicologicamente pela propaganda institucional e os media para aceitarem uma vasta e complexa rede de engano. Isto está a levar-nos para um Governo Mundial único todo-poderoso, no qual os estados individuais, para já não falar nos eleitores locais, não terão a palavra.

No meio da crescente globalização da humanidade, quer seja orquestrada por alienígenas demoníacos, quer seja por sociedades secretas ou organizações como as Nações Unidas e o Banco Mundial, os fundamentalistas cristãos, judeus e muçulmanos temem uma situação em que as suas religiões sejam subordinadas ou suprimidas mesmo em áreas onde hoje são fortes. A espécie de nova ordem mundial que mais preocupa os tradicionalistas é a que levaria ao «fim dos tempos» pressagiado na Bíblia, ou à perseguição da Igreja, ou à perda da fé, como anunciaram as Nossas Senhoras de Fátima e La Salette.

A Virgem Maria não falou numa nova ordem mundial. Não há registo de alguma vez ter proferido as palavras «comunista» ou «maçon», em todas as aparições de Fátima. A Revolução Russa pôs fim a todas as actividades da Maçonaria no país e forçou os irmãos ao exílio, ao mesmo tempo que esmagava o Cristianismo. Os comunistas russos odiavam tanto a Maçonaria, como a religião. Nada disto altera a insistência dos tradicionalistas de que o comunismo e a Maçonaria vivem no centro da nova ordem mundial que agora ameaça a existência da Igreja. Esta insistência baseia-se nos avisos de Nossa Senhora que emergiram com a passagem a escrito em 1941 do segundo segredo e a divulgação retardada do Terceiro Segredo em 2000.


Para os cépticos, a teoria da conspiração dos católicos tradicionalistas de direita pode parecer tão absurda quanto o Protocolo dos Sábios de Sião ou o domínio dos extraterrestres, mas é sincera e passa-se assim. A consagração da Rússia como foi pedida pela Virgem Maria e a divulgação a tempo do Terceiro Segredo teriam travado a conspiração que destrói gradualmente a Igreja a partir do Vaticano II. Em resposta à alegação de que a consagração não foi levada a cabo como devia ser, o Vaticano limita-se a fazer finca-pé e a negar as acusações. Os tradicionalistas acham que quando João Paulo II não pôde resistir mais às pressões do público para divulgar o Terceiro Segredo, com os seus mais próximos conselheiros, percebeu que tinham de o adaptar e criar uma cortina de fumo. Colocar o próprio João Paulo no centro do profético Terceiro Segredo era um truque conveniente. Ao interpretar oficialmente o simbolismo do segredo em 2000, o Vaticano insistia que devia ser visto no contexto de um atentado e não de algo mais preocupante. Isto era uma desculpa para contornar a explicação do verdadeiro conteúdo do Terceiro Segredo.

O novo ecumenismo introduzido pelo Vaticano II promove uma espécie de unidade pan-cristã que eclipsará o catolicismo, dizem os tradicionalistas. Os não-católicos ao abrigo da união não serão obrigados a converter-se à fé católica, a única fé verdadeira. O ecumenismo é um falso ideal, uma conspiração orquestrada pelas forças do mal, em contravenção directa com os ensinamentos da Bíblia e várias encíclicas marcantes como a Humani Generis de Pio XII. Era este falso negócio que Nossa Senhora de Fátima queria evitar.

Daniele é um dos que acreditam que, ao desenvolver esta farsa, os prelados hereges do Vaticano amordaçaram Lúcia. Enquanto monja em clausura, foi obrigada a aderir à sua campanha de propaganda revisionista. Para aumentar o crédito da sua versão do Terceiro Segredo, o Vaticano precisava de enfraquecer a ênfase colocada no ano de 1960. Lúcia ajudou-os, segundo os tradicionalistas. Entre a eleição de João XXIII em 1958 até à sua morte, Lúcia submeteu-se às instruções do Vaticano sobre o que deveria ou não dizer acerca do Terceiro Segredo.






Em todas as suas declarações anteriores a 1958, Lúcia referia-se a 1960 como o ano indicado por Nossa Senhora para o segredo ser revelado. Escreveu num envelope selado entregue ao Bispo de Leiria em 1944 que não devia ser aberto antes de 1960. Interrogada numa entrevista de 1946 sobre quando o Terceiro Segredo deveria ser revelado, Lúcia respondeu sem hesitar «em 1960». Quando lhe perguntaram porque é que o mundo precisava de esperar até 1960, tanto Lúcia como o Bispo de Leiria que a acompanhava responderam: «Porque a Virgem Santíssima assim o quer». Numa reunião em Coimbra em 1955, Lúcia disse a um alto funcionário do Vaticano, o cardeal Alfredo Ottaviani, que o Terceiro Segredo não era para ser revelado antes de 1960 «porque então será claro».

Os tradicionalistas insistem que muitas testemunhas, declarações e acontecimentos confirmam para lá de qualquer dúvida que foi Nossa Senhora quem estipulou o prazo de abertura do envelope.

Nada disto concorda com a transcrição do Vaticano da entrevista de Bertone com Lúcia em Coimbra em 2000. «Porquê só depois de 1960? Foi Nossa Senhora quem fixou essa data?», pergunta Bertone. Lúcia responde: «Não foi Nossa Senhora. Eu fixei essa data porque tive a intuição de que antes de 1960 o segredo não seria compreendido, mas que só depois seria compreendido. Agora pode ser compreendido. Escrevi aquilo que vi. No entanto não me compete interpretá-lo, mas sim ao Papa». Esta resposta levantou consideráveis dúvidas sobre a honestidade de Lúcia. Nunca tinha usado antes a palavra «intuição».






Daniele escreveu uma carta a Lúcia em 1987 na qual perguntava: «Como é que a Misericórdia Divina fez saber que o segredo era para ser revelado em 1960?». Ao que ela respondeu: «Não estou autorizada a dizer como é que isso foi comunicado. Mas deixe-nos recordar que a autorização para que a Igreja pudesse abrir a minha carta não era uma ordem para a publicar». Daniele achou o seu uso das palavras «intuição» e «autorização» particularmente incaracterístico. Concluiu que era impossível conciliar as declarações de Lúcia antes de 1958 com as palavras de resposta à sua carta de 1987 e a transcrição da conversa com Bertone, em 2000.

Daniele, como muitos outros tradicionalistas de direita, não tem dúvidas de que o Terceiro Segredo mostrava simbolicamente um exército (e não um assassino isolado) empenhado no massacre de um Papa (o Papado) e das testemunhas católicas à sua volta. «A lógica manda que, se era para ser divulgado por volta de 1960, o Terceiro Segredo deve corresponder a um acontecimento de tremenda importância para a Igreja ocorrido por essa altura. A supressão de um verdadeiro Papa (o Papado) abria caminho ao aparecimento de um novo poder pastoral e do novo Pentecostes do Vaticano II - uma assembleia que promulgou muitas heresias camufladas de ensinamentos católicos e fez em pedaços as defesas da Igreja de Cristo, que durante séculos se opôs com todo o vigor às filosofias revolucionárias anticristãs da Nova Ordem Mundial de inspiração maçónica», disse Daniele.

Daniele concluía: «A verdade submersa num mar de subterfúgios reflecte o espírito do Vaticano II e o seu novo Pentecostes, o qual desde 1960 praticamente asfixiou a Fé na Terra. A implausível alegação de que a Rússia foi convertida é feita por uma organização ínvia nascida de um espírito que anseia suprimir o Papado Católico e assim reduzir a Roma espiritual a uma cidade em ruínas» (op. cit., pp. 224-235).





2 comentários:

  1. Em Portugal ficaram cá os templários (maçons),quando foram perseguidos pelo Papa e o rei de França....
    Em Fátima cultua-se a divindade feminina,divindade nunca antes cultuada pelo cristianismo...
    Com João Paulo II valorizou-se o culto `a divindade feminina,no vaticano....
    A divindade feminina é Isis...
    Isis é egipcia...
    Do Egipto vieram os maçons...
    Os egipcios são de descendencia de Caim...
    Caim é descendente da "serpente" e de Eva...
    A "serpente" não tinha natureza humana...

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  2. Só falta dizer que a serpente era Lúcifer. Também já percorri toda essa infra-literatura de contornos pseudo-esotéricos sobre os Templários e a "sexualidade sagrada" da qual se extraem, contra a Igreja Católica, as mais estúpidas e perversas ilações sobre o desejo reprimido, a desigualdade sexual, o êxtase pela vergonha e pela culpa, enfim, tudo o que permita vitimizar a mulher à conta de um Ocidente puritano e patriarcal. Nisto, até o próprio Leonardo da Vinci tem sido apresentado como um misógino homossexual devido a um alegado abandono por parte da mãe, pese embora tal não o impedisse de adorar e cultuar o Princípio Feminino. Daí que se diga, inclusivamente, disparates do tipo:

    «Os ícones homossexuais são, classicamente, mulheres fortes e enérgicas, que tiveram vidas traumáticas - tal como Maria Madalena e a própria Ísis...» (in Lynn Picknett & Clive Prince, «O Segredo dos Templários», Publicações Europa-América, 4.ª edição, 2004, p. 174).

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